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Detox ou não detox, eis a questão

As dietas da moda sempre estão presente nas revistas e programa de televisão. Como o resultado delas é, invariavelmente, insatisfatório a longo prazo elas se reinventam, sofrem alterações e reaparecem repaginadas, modificadas porém mantendo sua falha principal: os resultados a longo prazo são ruins e essas dietas geralmente são prejudiciais ao bom funcionamento do organismo.

Exemplos não faltam: dieta do Dr. Atkins (repaginada, reformada e ressurgida como a dieta Dukan), Dieta do tipo sangüíneo, Dieta da Lua, Dieta da USP (que da Universidade de São Paulo não tem nada) e por aí vai.

Nessa época do ano a dieta da vez sempre é a Detox. Após os exageros do final do ano, surge a idéia de fazer uma dieta para desintoxicação (a dieta Detox também ganha força após o Carnaval e a Páscoa). A primeira dúvida que surge na minha mente é: desintoxicar do que?

Quando comida dá intoxicação (intoxicação alimentar) geralmente a pessoa tem náuseas, vômitos, diarréia e pode até apresentar desidratação. Isso é intoxicação alimentar. Os exageros alimentares típicos do final do ano não intoxicam ninguém. O inchaço causado pelo excesso de bebidas alcóolicas e de comidas é uma resposta do nosso organismo a esses excessos e uma das maneiras de se livrar deles.

Uma vez que exageros não geram intoxicação alimentar (a não ser, claro, que o salpicão tenha ficado fora da geladeira e azedado e,mesmo assim você tenha comido no dia seguinte), como então lidar com eles?

Algumas idéias presentes nas dietas Detox são interessantes e podem ser usadas como o aumento na ingestão de líquidos pois isso ajuda a combater quadros de desidratação secundários a ingestão de bebidas alcoólicas e também ajuda a reduzir o inchaço resultante dos exageros na alimentação. Também o aumento da ingestão de fibras pode ser útil para ajudar a regularizar o funcionamento do intestino (o coitado deve estar saturado de tanta gordura e proteína que teve que digerir no final do ano).

Porém a ingestão de bebidas ricas em cafeína, como chá verde (e as variantes de outras cores como os chás vermelho, amarelo, branco e preto), não auxilia em nada o funcionamento do organismo a não ser pelo fato de resultar em um aumento da ingestão de líquidos. A suposta ação diurética da cafeína, quando ocorre, é muito tênue. O uso do suco verde (com suas mais diversas receitas) pode ser uma maneira de aumentar a ingestão de fibras (afinal, toda receita de suco verde tem a couve como seu ingrediente principal), porém não traz nenhum outro benefício a saúde (e cá entre nós, prefiro comer uma bela salada com couve, alface, pepino e até um gengibre, temperados com limão e azeite e acompanhada de um copo de água de coco gelada do que bater tudo isso no liqüidificador e tomar um suco com gosto, no mínimo, duvidoso) - aliás, um adendo ao suco verde: ele é rico em fibras, mas coá-lo antes de beber significa que as fibras ficaram todas no coador e você está tomando apenas um líquido com açúcar (proveniente da água de coco) e algumas vitaminas em pequena quantidade pois muitas se perdem ao fazer o suco.

A melhor maneira de compensar os exageros do final de ano (ou de qualquer outra época) é retomar (ou iniciar) uma alimentação equilibrada. Sem radicalismo, sem criar tabus alimentares (como retirar carboidratos, leite ou glúten da alimentação), equilibrando os nutrientes ao longo do dia para retomar o bom funcionamento do corpo. Ouvir (ou ler) isso é geralmente frustrante pois a maioria das pessoas gostaria que houvesse uma maneira mágica ou milagrosa de se livrar das conseqüências dos exageros. Infelizmente não há. Iniciar ou retomar uma proposta de alimentação saudável é o caminho mais correto e rápido para se livrar das conseqüências dos exageros.

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