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Como eu vejo o tratamento da obesidade

Texto de um colega nutrólogo que se encaixa totalmente com a filosofia praticada na Clínica Ricardo Borges "Trato e estudo obesidade há mais de trinta anos. Obesidade é doença grave e crônica, e como tal volta a se instalar quando cessa o tratamento. Tenho convicção que os pacientes que vão ao consultório fazem tudo que lhes é possível para atingirem o peso desejado. Todos sabem o que engorda e o que deveriam fazer para serem mais magros. Não é informação que lhes falta. Costumo dizer que o que tratamos é a dificuldade que o pacienta apresenta para fazer a dieta. Esta dificuldade pode chamar-se ansiedade, melancolia, muita fome, falta de tempo, chocolate, caipirinha, briga com o namorado, etc. O paciente a ser tratado “é um pacote” que vem com “vícios”, alterações de humor, escorregadas na dieta, etc. e temos de tratar o pacote como ele é. Não adianta acreditar que desta vez irá resistir a “tentação” se em todas as outras vezes não conseguiu. Que desta vez terá mais força de vontade do que nos vários regimes anteriores. Não adianta fazer de conta que estes problemas não existem e que ele vai conseguir passar o resto da vida comendo grelhados e salada. Os que conseguem não vão ao meu consultório para perder peso – já são magros. O nosso tratamento tenta tratar as inadequações do sistema nervoso e fazer uma dieta que contenha os alimentos que você tenha mais dificuldade de resistir (o que você chama de falta de força de vontade) e que vão mudando com a continuidade da dieta. Temos de delimitar o tamanho do erro, compensá-lo, mas nunca fingir que ele não existe. Outra abordagem essencial é pesquisar alterações que ajudam você a engordar que vão desde medicações tomadas para outras doenças, causas adquiridas, variações hormonais, etc. Adequar o tratamento a cada paciente é tarefa que exige tempo e dedicação do profissional. Se o melhor remédio do mundo lhe dá algum efeito colateral ele não é um bom remédio para você e devemos mudá-lo. Se você não consegue fazer a dieta, apesar dela ter sido elaborada segundo suas sugestões e ser bem equilibrada, ela não é uma boa dieta para você e tem de ser alterada - a dificuldade em segui-la deve ser dividida com o médico e com a nutricionista - eles são os profissionais que devem estar treinados para te ajudar. Não é um problema só seu..."

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